JORNAL DE HORTICULTURA PRACTICA
/ proprietario José Marques Loureiro; redactor Oliveira Junior.- Volume I a vol. XXII (1870-1892).- Porto: Typographia Lusitana, 1870-1892.- 23 volumes.: il.;26 cm.
Todos os volumes conservam as capas de brochura, com excepção do XXI.
Encadernações com a lombada em pele, do séc. XX.
Ilustrado com 31 litografias sobre papel mais encorpado, sendo 13 das quais impressas a cores, para além de mais de um milhar de figuras xilográficas ao longo do texto, correspondendo à descriçâo e listagens dos índices existentes no princípio de cada volume.
€ 2500.00
Publicado mensalmente no Porto entre 1870 e 1892, o Jornal de Horticultura Prática (JHP) foi a mais importante publicação periódica portuguesa oitocentista dedicada à botânica, jardins e práticas agrícolas.
Fundado por José Marques Loureiro — o incansável jardineiro das Virtudes — e por José Duarte de Oliveira Júnior, seu primeiro redactor, o JHP distinguiu-se pela longevidade e qualidade editorial, num período em que outras publicações congéneres, como o Jardim Portuense (1843-1845), tiveram existência breve.
Mais do que um simples boletim hortícola, o JHP tornou-se uma plataforma de opinião informada, crítica e progressista.
Os seus artigos abordavam temas diversos: da jardinagem à fruticultura, das sementeiras à viticultura, (combate à filoxera), arboricultura e práticas florestais - revelando o profundo conhecimento técnico dos seus colaboradores.
Desde cedo, o jornal ultrapassou fronteiras: contou com correspondentes no estrangeiro e publicou textos de importantes nomes europeus como Edmond Goeze e Jules Daveau, ambos ligados à criação e gestão do Jardim Botânico da Escola Politécnica de Lisboa. Também colaboraram figuras de destaque como Ambroise Verschaffelt, E. Pynaert, Émile Rodigas, Charles Joly, Ed. Morren e o botânico português Dr. Júlio Henriques, entre muitos outros.
A génese do JHP está profundamente ligada à figura de José Marques Loureiro (1830-1898), considerado o maior horticultor português do seu tempo. Proprietário do prestigiado Horto das Virtudes, Loureiro encontrou no Porto oitocentista um terreno fértil para a horticultura, beneficiando do entusiasmo de famílias abastadas e cultas da cidade, como os Van Zeller, Allen, Andresen e Burmester, famílias que mantinham quintas de recreio e impulsionavam o gosto pelos jardins bem cuidados.
A fundação do jornal marcou o culminar de uma época de ouro para a jardinagem na cidade, em grande parte graças ao papel ativo de Alfredo Allen (1828-1907), que enquanto membro da vereação municipal e impulsionador da Sociedade do Palácio de Cristal, promoveu a criação dos jardins da Cordoaria e do Palácio segundo planos do paisagista alemão Emílio David.
Durante 18 anos, a redação do jornal esteve a cargo de José Duarte de Oliveira Júnior, que se tornou figura central na sua orientação e conteúdo. Temporariamente substituído em 1881 por Joaquim de Melo e Faro durante uma viagem pela Europa com Loureiro, Duarte de Oliveira continuaria na publicação até 1888, sendo depois sucedido por Casimiro Barbosa e, finalmente, por Eduardo Sequeira entre 1889 e 1892.
Eduardo Sequeira (1861–1914), último editor do JHP, foi naturalista, botânico e jornalista. Apaixonado pelas camélias, frequentemente mencionava as variedades expostas no Palácio de Cristal, incluindo a camélia ‘Eduardo Sequeira’, batizada em sua homenagem por Loureiro, e a ‘Dona Maria Helena Van-Zeller’, referida por Duarte de Oliveira.
COLECÇÃO COMPLETA.
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